Viver as cidades: sentidos e experiências urbanas a partir de um olhar norte/sul global

Data limite para a receção de artigos: 16 de outubro de 2015

Língua dos artigos: espanhol ou português

Introdução:
A proposta de organização deste número temático resulta do intercâmbio de trabalhos (teóricos e empíricos) que têm vindo a ser realizados no âmbito do Núcleo sobre “Cidades, Cultura e Arquitetura (CCArq) do Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra, do qual faz parte Paulo Peixoto, e do Programa de Investigação “Ideologia, práticas sociais e conflitos em cenários urbanos”, do Centro de Investigações e Estudos de Cultura e Sociedade (CIECS) do Conselho Nacional de Investigações Científicas e Tecnológicas da Argentina (CONICET) e da Universidade de Córdoba, que é co-coordenado por Belén Espoz.

O dossier propõe a(s) cidade(s) como objeto de reflexão a partir de um olhar que privilegie a multifocalidade: (re)construí-las a partir das suas várias dimensões (enquanto configurações que comunicam modos de vida e imaginários; mas também enquanto espaço físico, simbólico, artístico ou simplesmente como vivência do fluir quotidiano) e interrogá-las a partir dos seus diferentes aspetos, por via do uso de metodologias em que o visual adquire importância como elemento particular das relações urbanas contemporâneas.

Justificação:

As dinâmicas de patrimonialização impõem uma marca indelével nos momentos em que se torna necessário pensar as intervenções urbanísticas nas cidades. Elas evidenciam, como eixos estratégicos, as memórias – e os esquecimentos – que se vão inscrevendo na cultura material e imaterial como marcas de uma época. Vistas como políticas corporais, as decisões urbanísticas estabelecem dinâmicas concretas de interação entre corpos que relevam proximidades e distâncias. Neste contexto, as formas de associação e de conflito adquirem particularidades específicas.

Por sua vez, a transformação das dinâmicas relativas ao turismo global e as dinâmicas de consumo, por um lado, marcam assinalavelmente o tempo particular de estar e de circular nas cidades; e, por outro lado, têm um impacto significativo naquilo que se apresenta como o sentido total da cidade. Ou seja, o modo como cada cidade em particular deseja e planeia comunicar às demais diferenças e distinções. A dimensão expressiva das cidades converteu-se num vetor imprescindível da conformação a pautas e a padrões de comunicacão de nível internacional que encontram nas próprias cidades um renovado sujeito-objeto e que, consequentemente acarretam um conjunto de ações e de intervenções protagonizadas por atores variados, que redefinem as formas da experiência urbana contemporânea.

Este número temático pretende problematizar, a partir de uma perspetiva transdiciplinar, mas centrada nas dinãmicas de comunicabilidade e de transformação deste fenómeno, o lugar estratégico das cidades enquanto produto e imagem de uma experiência contemporânea que adquire particularidades em relação ao que foram as experiências urbanas em contextos de industrialização em meados do século passado. Nesta perspectiva, a reflexão sobre as imagens e o visual (focada ou não nos/pelos media) torna-se fundamental.

Eixos temáticos:

·         As políticas de visibilidade: meios de comunicação e construção de narrativas de cidade;

·         Património, turismo e espetáculo em cenários urbanos contemporâneos: difusão de imagens de cidade;

·         As formas de organização do espaço (público/privado) e as dinâmicas de conflito: ações e atores coletivos em torno de experiências urbanas;

·         Intervenções e inovações teórico-metodológicas para pensar a cidade: a arte urbana em cena.

Os artigos têm de ser apresentados através do Site da Chasqui
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Os coordenadores do número temático “Viver as cidades: sentidos e experiências urbanas a partir de um olhar norte/sul global”
María Belén Espoz (CIECS-CONICET y UNC, Argentina)
Paulo Peixoto (FEUC/CES- Universidad de Coimbra, Portugal